segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Sacolas Plásticas


A sacolinha tem causado muita polêmica nas plenárias políticas, na internet e na Rio+20. Mas, afinal, qual o motivo de tanta discussão em relação às sacolas plásticas? Após um ano e três meses da proibição desse tipo de material ter entrado em vigor, já é possível apresentar um panorama geral sobre as mudanças ocorridas.

De acordo com informações da Associação Mineira de Supermercado (Amis), Belo Horizonte deixou de despejar no ambiente 160 milhões de unidades de sacolinhas plásticas descartáveis em um ano. Se atadas umas às outras, formariam uma tira de plástico de aproximadamente 36 mil quilômetros de extensão, suficiente para dar quase uma volta na Terra, que tem 40.023 km.

Uma pesquisa realizada em abril deste ano pela Amis mostra que na capital mineira o uso da sacolinha descartável se transformou em última opção do consumidor. Ainda segundo o levantamento, 95% da população que realiza compras em supermercados usa a sacola retornável (feitas de TNT, por exemplo), e outros 2% usam caixas de papelão para transportar os produtos.

Segundo a Associação Paulista de Supermercados (Apas), a medida ainda teve significativa redução de impactos sobre as cidades, como entupimento de bueiros, com consequentes benefícios para a população, especialmente a camada mais carente impactada pelas enchentes.

Críticas
No entanto, um recente estudo sobre poluição mundial revela que pelo menos 80% dos detrimentos lançados na camada de ozônio são de responsabilidade das indústrias. Esse é um dos argumentos usados pelos que criticam a medida e que consideram a lei inexpressiva frente aos principais poluidores do meio ambiente.

Na internet, existem vários vídeos de internautas revoltados e que consideram a lei um abuso e uma forma que os supermercados encontraram para aumentarem os lucros. Outro argumento discutido na web é de que a medida excluiu apenas as sacolas, mas não impediu o uso das embalagens dos produtos também feitos de plástico.

Defesa
Arnaldo Godoy, autor do projeto de lei que proíbe o uso das sacolas plásticas no comércio da capital mineira, diz que as principais críticas vieram da indústria do plástico, que tem tentado criar argumentos para contra-atacar devido à diminuição dos lucros. Segundo Godoy, apesar disso, muitos fabricantes tentaram se adaptar à sacola de biopolímero.

Para se ter uma ideia, as sacolas de biopolímero, se descartadas em câmaras de compostagem, levam de 90 dias a seis meses para de desintegrar, enquanto as oriundas de petróleo podem demorar 300 anos.

Mas, não é apenas o processo de desintegração que prejudica o meio ambiente. O fato de a sacola de biopolímero ser feita de matéria-prima vegetal, reduz a necessidade do consumo de produtos provenientes do petróleo, um dos principais poluentes da Terra.

Para Godoy, esses questionamentos vindos da população são positivos, pois o debate pode gerar mudanças significativas no âmbito industrial e em diferentes esferas. Para 2014, já está prevista a nova lei sobre resíduos sólidos e de destinação de resíduos que promete mexer em todo corpo industrial.

A Amis destaca ainda que, com a implentação da lei, houve benefícios econômicos para a população, pois ao reduzir a níveis mínimos o uso de sacolinhas plásticas descartáveis, o consumidor permitiu que os supermercados fossem poupados dos custos que tinham para adquirir e distribuir o plástico descartável para embalar as compras. As sacolinhas que eram utilizadas antes da lei, e que foram proibidas, tinham custo unitário de R$ 0,01 a R$ 0,03.

Muitos supermercados chegaram a utilizar esta economia para ampliar a capacidade de competir, principalmente em promoções. Dados do Ipead/UFMG mostram que a cesta básica em Belo Horizonte custava R$ 263,70 em março de 2011 (um mês antes da lei das sacolinhas) e em março de 2012 (um ano depois) chegou a custar R$ 260,32

Em alguns países europeus, a proposta alcançou resultados ainda mais significativos para o meio ambiente, pois toda a economia dos supermercados precisa ser revertida a um fundo de pesquisas neste sentido.


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